“O futuro ainda não existe; o passado deixou de existir, e por isso, na medida em que sobrevive um registro do passado, os acontecimentos registrados são imutáveis. Esse passado imutável, contudo, não apresenta o mesmo aspecto sempre e em todos os lugares.”
“Apresenta diferentes aspectos em tempos e lugares diferentes, e tanto um acréscimo como uma diminuição de nossa informação também podem mudar o quadro. Nossa visão das relações de conhecimento passado entre si, de sua importância relativa e de seu significado muda constantemente em consequência da constante mutação do fugitivo presente.”
O autor deste livro, (A Humanidade e a Mãe Terra – Arnold Toynbee) colheu traços do registro do passado que pareciam proeminentes e para ele significativos em 1973, e que lhe pareciam (arriscada pressuposição) também apresentar o mesmo aspecto quando vistos em datas futuras e em outros lugares. Assim, pelo viés de Toynbee, o olhar do historiador para um mesmo evento, em tempo e espaço diferente, pode servir de base para a construção de uma nova história dos mesmos fatos já historiados por outros pesquisadores. Novos detalhes, ainda que pequenos, podem transformar a História.
“O mesmo passado, visto do mesmo país, pela mesma pessoa, pela primeira vez em 1897 e depois em 1973, apresenta dois quadros muito diferentes; e, sem dúvida, o mesmíssimo passado se apresentará com aspecto ainda mais diferente quando visto na China, em 2073, e ainda mais diferente quando visto na Nigéria, em 2173.”