Dia 15 de dezembro passa a ser o Dia do Arquiteto. Nessa data, Oscar Niemeyer, o “Pelé das curvas”, teria completado, em 2012, 105 anos. Nascido em 1907, no Rio de Janeiro, Niemeyer faleceu no dia 05 de dezembro de 2012. Foi sepultado na sua terra natal, após ter sido velado em Brasília, sua obra maior e mais conhecida no mundo.
As homenagens e o reconhecimento vieram de todos os lugares, credos e ideologias. E não é para menos para quem, só para lembrar, projetou a sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (1952) e a sede do Partido Comunista, em Paris (1972).
Cria do brasileiro Lúcio Costa e inspirado no gênio do franco-suíço Le Corbusier, assinou mais de 400 obras importantes por todos os continentes. No Brasil, além de todos os prédios da Capital Federal, destacam-se o Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói, e o Memorial da América Latina, em São Paulo.

Em Santa Catarina, a sua marca ficou na sede do Lagoa Iate Clube (LIC), e no loteamento Praia do Forte, na Ilha. Já no Planalto Serrano virou lenda. A Escola Básica de Lages, inaugurada em 1964, não é de sua autoria, mas, com certeza, inspirada na sua prancheta. E o projeto da sede da Escola do Teatro Bolshoi, em Joinville, acabou barrado pelo Ministério Público.

Por iniciativa do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a exemplo da USP, concedeu a Niemeyer, em 2009, o título de Doutor Honoris Causa, entregue no Rio de Janeiro, pelo então reitor Rodolfo Pinto da Luz, com solenidade transmitida pelo Laboratório de Educação a Distância. De 1962 a 1965, foi chefe da Escola de Arquitetura da recém-criada Universidade de Brasília (UnB), da qual pediu demissão por causa da perseguição política.
Niemeyer também pode ser conhecido e admirado pelos livros que escreveu: Conversa de arquiteto (1993), As Curvas do Tempo (1998), Minha Arquitetura (2000), E Agora? (2003, romance), Sem Rodeios (2006), e Oscar Niemeyer 19942009 (2009). Em 2008, lançou a revista Nosso Caminho (sobre arquitetura, arte e cultura). Outra dica é ler o livro Folha Explica Oscar Niemeyer, de Ricardo Ohtake.
Levando Martin Heidegger ao pé da letra, sua arquitetura repudiava regras e convenções. “A razão é inimiga da imaginação”, pregava o filósofo alemão. Niemeyer compôs, em 1962, “O Samba do Arquiteto”, gravado, só agora, por Jorge Aragão. HC
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