Do Italiano porcellana, a porcelana é uma variedade de cerâmica, dura e resistente, branca, às vezes translúcida, que é preparada a partir de uma mistura triaxial, sua matéria-prima básica é constituída por argila, caulim, feldspato e quartzo.
Todas as evidências apontam para o surgimento da porcelana na China da época “Tang”, tendo tido na época “Song” a sua mais refinada produção com o afinamento da massa, elegância de formas e introdução de novos vernizes, culminando, na época “Ming”, com expansão e desenvolvimento até o século XIX.
Da China a porcelana foi se difundindo e, por volta do século XVI, obteve grande desenvolvimento na Coreia e no Japão, de onde foi abundantemente importada sendo reconhecida pelo nome de “Imari”, do porto de Imari que escoava a produção da zona de Arita e Kutani.
Desde o século XVI, graças às importações pelas Companhias das Índias, a produção europeia se limitou a copiar toscamente a porcelana oriental, como a produção de Florença, até quando, no fim do século XVII, iniciou-se a produção francesa em Rouen e Saint-Cloud, resultando, em 1725, na manufatura Chantily, e, em 1738, na manufatura Vincennes, depois transformada em manufatura Real, a famosa porcelana de Sèvres.
Dessa época para cá, as técnicas se aprimoraram na Inglaterra, Portugal, Espanha e, especialmente, na Alemanha, na Europa. Com a prospecção e seleção de novas jazidas de caulino(caulim), no final do século XVIII a qualidade da porcelana desses países chegava a equiparar-se à qualidade da produção oriental.Conta-se que Luís XVI, o último monarca da França, fiel ao hábito de seus predecessores, sempre presenteava os dignitários de outros países com porcelanas de Sèvres e tapeçarias de Gobelin, fato que, no fundo, se constituía em propaganda da excelência destes produtos.
A Porcelana #1 – Composição da massa
Argila – 10%
Caulino – 40%
Feldspato – 25%
Quartzo – 25%
Existem dois tipos de “massa”: a pastosa e a líquida.
A Porcelana #2 – Massa Pastosa
A massa pastosa é utilizada em peças modeladas em tornos. Depois de misturada, a massa é peneirada, em seguida é colocada em filtroprensas (equipamento de filtragem da água sob pressão), que tem por finalidade retirar o excesso de água deixando aproximadamente 25% de umidade.
A massa prensada é retirada e acondicionada em depósitos de envelhecimento, para sua conservação até à etapa subsequente, a de vácuo, que transforma a massa em uma mistura homogênea e sem ar. Neste momento, essa massa atinge maior grau de plasticidade, podendo ser torneada.
A Porcelana #3 – Massa Líquida
Trata-se da mesma massa, porém diluída. Contém aproximadamente 30% de água. Também é chamada de “barbotina” e é usada na fabricação das peças para as quais se usa um molde. O molde é preenchido com a massa líquida, e depois de um breve tempo de secagem parcial, esse molde é aberto para a retirada, de seu interior, da peça já moldada.
A Porcelana #4 – Peças moldadas a líquido
Este processo também é chamado de “colagem”. Consiste em encher formas de gesso com a massa líquida. Após decorrido o tempo necessário para formação das paredes na espessura desejada (absorção da água pelo gesso), o excesso de massa é despejado. Os cabos e alças passam pelo mesmo processo e são colados manualmente.
As peças obtidas por colagem são: bules, leiteiras, cafeteiras, sopeiras, manteigueiras, açucareiros, travessas, etc. Após a secagem todas as peças são esponjadas para corrigir eventuais imperfeições.
A Porcelana #5 – Queima e Verniz
Depois de secas as peças sofrem a primeira “queima”, denominada “biscoito”, a 900°C, com o objetivo de dar às peças resistência e porosidade para a perfeita absorção do verniz. Nesta etapa as peças adquirem um tom rosado.
O verniz é composto pelos mesmos materiais da massa, em quantidades diferentes. Através de um processo manual de imersão, o verniz adere à superfície da peça, formando uma película de cobertura. Após a aplicação do verniz ocorre uma segunda queima, que é realizada a uma temperatura que varia entre 1.300 °C a 1.350 °C.
Nesta fase a massa torna-se completamente compacta, totalmente sem porosidade, adquirindo cor branca e vitrificada (fusão do verniz sobre a massa). Esta segunda queima dura em média 31 horas, podendo chegar até 89 horas, dependendo do forno utilizado. As peças já prontas são encaminhadas para o setor de classificação, que controla a qualidade do produto. Então este é lixado e fica pronto para ser decorado.
A Porcelana #6 – Continue lendo
Se essas peças pudessem falar, quanto teria para dizer aquele jogo de porcelana recebido como presente de casamento lá nos anos 50 e 60 do século passado? Santa Catarina tem uma longa história da relação de seu povo com a porcelana fabricada neste Estado. A porcelana em Santa Catarina, e em algumas outras partes do Brasil, carrega um simbolismo de bom gosto e afetuosidade que tem sido repassado, geração após geração. Além de sua utilidade a porcelana contém o trabalho de arte de vários artistas anônimos. Continue lendo na edição número 86 da Revista História Catarina. Para comprar, clique aqui.